quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Calvície: saiba como eram os tratamentos na antiguidade

categorias: Dermatologia

A procura por um tratamento que combata a calvície é tão antiga quanto a própria humanidade. Provavelmente tenham existido homens das cavernas completamente calvos, como atualmente.

Em papiros egípcios, como os de Ebers e Hearst datadas de 4000 a.C. , foram descobertas fórmulas para combater a calvície. Dentre elas, três se destacavam. A primeira consistia em cozinhar pata de cachorro com casco de asno e fazer uma mistura com óleo. A segunda preconizava uma mistura de partes iguais de gordura de leão, hipopótamo, crocodilo, ganso, cobra e cabrito montês e, finalmente, a terceira usava dente de asno triturado em óleo. Estas

fórmulas eram usadas friccionando diretamente no couro cabeludo. Cleópatra não gostava da calvície de Júlio César, e o obrigava a usar fórmulas à base de rato doméstico cozido, dente de cavalo, gordura de urso e medula de cervo. O egípcio Hakiem-El-Demagh, considerado o primeiro especialista em doenças do couro cabeludo, idealizou várias fórmulas para a AA e o próprio Hipócrates, em seu respectivo tempo, receitava para quadros iniciais massagens de láudano com óleo de rosa, de linho ou de oliva verde. Em casos mais avançados prescrevia cataplasma à base de cominho, fezes de pombo, alho socado e urtiga. Por toda a idade média vários medicamentos foram sugeridos, inclusive urina de cachorro, poções dos mais variados animais, infusões de inúmeros vegetais e até rituais de exorcismo. Porém, uma fórmula que se

tornou muito famosa foi idealizada por volta do ano de 1600, e era feita de várias plantas medicinais, vinho, semente de rabanete, bago de uva, óleo de linhaça, trigo etc. Esta fórmula foi adotada, na época, pelo exército alemão, porém adicionaram saliva de cavalo como complemento. Enfim, em todos os tempos sempre houve preocupação com o tratamento da AA, obviamente as portas foram abertas para a exploração comercial e não deixaram de existir os aproveitadores, charlatões, curiosos e inúmeras outras modalidades de promessas de cura para a doença.

Estudos iniciais - Hipócrates em 460 a.C. observou que crianças e eunucos não desenvolviam A

A. Estudos científicos sobre a doença tomaram impulso com os trabalhos de J. B. Hamilton, que no início da década de 40, mostrou que a AA não desenvolvia antes da puberdade, em eunucos e em pacientes que por um distúrbio hormonal qualquer não produziam a testosterona. Além do mais os pacientes sempre tinham um ancestral calvo. Daí concluiu que a AA é resultante da ação do hormônio masculino, a testosterona, em folículos pilosos geneticamente predispostos. Estudos bioquímicos mostraram que a testosterona, em nível de folículo piloso, sofre a ação de uma enzima redutora a 5-alfa-redutase que a transforma na deidrotestosterona, que teria uma ação ativa sobre o folículo piloso, provavelmente inibindo a adenilciclase com consequentes distúrbios

metabólicos locais levando à AA .

Em breve comentaremos os tratamentos atuais. Aguarde.

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